Peter Volpi no skate russo
A relação entre dois países continentais, de extremos do globo, que se conectaram por meio do skate

Nesta semana a marca russa Daze lançou seu primeiro vídeo com o time completo, um promo de 12 minutos quase todo filmado no maior país do planeta, com exceção da part de Peter Volpi, que abre o vídeo. Curiosos para entender como uma marca independente se conectou com o Brasil e escolheu um dos nossos para compor o time, convidamos Peter para um papo sobre o projeto.
Salve! Cara, preciso começar bem direto: como foi esse primeiro contato com eles?
Então, meu primeiro contato com a Daze foi através da internet mesmo, Instagram. Não lembro se eles começaram a me seguir ou vice-versa. Mas aí passou um tempo e eles me deram um salve, mandaram uma mensagem falando que estavam me acompanhando já fazia um ano e meio e queriam me mandar umas paradas pra gente começar uma possível parceria.
Eles já vinham me enviando material, roupas pra galera de alguns outros lugares do mundo também...Eles, desde o início, têm essa proposta de estar mais posicionada de uma maneira global. E foi aí que começou, faz uns dois anos mais ou menos. Aí eu fiz um videozinho intro para eles e eles foram me mandando as paradas e aí faz, sei lá, um ano e meio eles vieram com a ideia do vídeo que eles queriam fazer com a equipe, e aí rolou esse projeto.
A Rússia meio que faz parte de um imaginário aqui pro Brasil. Tu já acompanhava a cena de skate de lá?
Eu não conhecia muito a galera de lá, nem a cena. Já tinha visto alguma coisa de uma galera que tem marca, que já conseguiu também uma exposição global que acho que é até uma das grandes referências que eles têm lá, que é a Rassvet. E até então não conhecia muito. Aí que eu comecei trocar ideia com eles, conhecer os moleques que são da marca...
O que é daora também é que eles já tem uma cena deles, independente, que faz vídeo também. É uma cena bem pequena, assim, comparado a gente que é Brasil, que é uma das maiores cenas do mundo, só vem depois dos Estados Unidos mesmo. Mas é uma cena bem pequena, dá pra ver que é under a realidade de lá do skate.
E qual a visão deles do skate brasileiro? Já trocou com eles sobre isso?
Cara, eu sei que eles gostam muito do rolê daqui, da galera do Brasil, do estilo e tudo mais, até da América Latina assim como um todo. Teve também outro cara da Argentina que esteve meio que na parceria por um tempo, acabou não firmando. Como eu falei, foi meio uma seleção natural de quem estava recebendo os produtos e filmando, produzindo e estando no mesmo ritmo.
Até tinha outra pessoa do Brasil também que estava junto, que acabou não consolidando, mas eles gostam muito da galera aqui, do rolê dos Braza. Eles tem muita vontade de vir pra cá e tudo mais. Um dia vai acontecer, vamos ver como é que vai ser esse intercâmbio aí.
Sobre sua parte, foi toda filmada por aqui. Os caras deram total liberdade pra ti e pros videomakers?
Logo que eu entrei já tinha feito um videozinho de um minuto de intro para eles. Aí na sequência eles já disseram que queriam fazer um vídeo mesmo com toda a equipe, pra marcar esse primeiro vídeo da marca. E aí eles me falaram pra ir filmando e mandando as imagens que eles iam comprar dos makers e tal.
Aí no começo eu estava filmando com o Eric (Ikonomidis) mas depois ele começou a trampar num bagulho que não tinha mais tempo pra filmar, e o Murilo (Romão) que me ajudou e mais algumas imagens de outras sessões com o Jeey Pi. Mas foi bem livre assim, todo mundo filmando de P2, tanto a gente aqui quanto eles lá na Rússia também.
Isso é uma coisa boa, que as imagens ficam mais próximas. A gente tentou deixar o mais próximo possível, apesar de que com todo cenário já dá muita diferença. O visual das imagens aqui no Brasil, bem diferente lá da Rússia. Outra arquitetura, outra luz, né?! Mas acho que no final ficou bem legal o resultado final com as vídeo-partes ali no conjunto da obra.
Uma coisa também que acho que é legal de falar dessa parte, acho que foi a primeira vez que eu realmente estava fazendo, tipo, duas partes ao mesmo tempo, além de outros projetos com participações, assim. Então foi também uma coisa meio complicada de fazer funcionar, de ter que filmar para vários projetos ao mesmo tempo.
Mas no fim deu tudo certo, essa parte ficou bem legal. Agora tem outra parte que vai sair em breve e outros vídeos aí também que saíram e estão para sair. Então legal também esse processo de ter que administrar, né? É bem difícil, mas vale a pena.
Me conta, como foi o processo de filmar? E quais picos e tricks mais curtiu?
O processo da parte foi bem massa, filmando mais com meus amigos, gente que eu tenho uma sintonia boa, então isso é sempre muito importante. Mas foi muito louco de estar fazendo vários projetos ao mesmo tempo, então é bem difícil de lidar sem administrar, mas vale a pena porque no fim, quando sai tudo, é sempre uma sensação boa. E dos picos, cara, eu andei bastante aqui em São Paulo mesmo. Teve alguma coisa no Rio de Janeiro, mas foi basicamente tudo aqui em São Paulo.
O pico que foi mais da hora foi lá em Goiânia, que eu colei durante o (Goiânia) Crew Attack, logo nos primeiros dias ali. Eu colei junto com o Jeey Pi, que a gente já estava fazendo missão junto direto. E foi o Matsumoto que filmou essa trick lá no Mamute, que é um Switch Wallride 180 despencando e descendo a ladeira. Esse pico é clássico lá de Goiânia, sempre quis andar lá, foi muito daora. Até rendeu duas, então em breve vai sair outra também aí nesse piquinho.
E das tricks, eu acho que a ender, eu gosto bastante dela. O jeito que eu voltei, o pico também. Eu acho muito style aquele pico, mas teve algumas ali. Teve uma na Paulista, que era um pico inédito também. Teve uma na Sé que foi da hora que eu tentei um bagulho diferente. Não consegui do jeito que eu queria, mas ficou bem legal. Tem bastante coisas ali no Vale, que é inevitável, um pico que sempre dá pra botar a criatividade em prática.
E a trip pra Rússia, vai rolar quando?
Vai rolar, cara. A gente sabe que está um contexto bem complicado lá, né?! A gente sempre fica esperando por melhoras. Eles também são contra tudo que está acontecendo lá, que é lamentável. Então é um momento difícil. E também as passagens são extremamente caras. Então a gente fala mais de fazer uma trip ali na Europa e juntar a equipe ou até, eventualmente como eu falei, eles virem aqui pro Brasil.
Mas na Rússia um dia com certeza tenho que conhecer, a raiz de onde a marca começou. Como eu falei, eles tem a ideia de fazer uma coisa global. O dono da marca já morou em Portugal por um tempo também, então as coisas estão bem flexíveis, a gente não sabe o que vai ser o dia de amanhã. Pode ser que eles em algum momento mudem para outro lugar também, onde a marca se baseia, mas a vontade com certeza é muita de conhecer a Rússia. No vídeo dá pra ver que é muito pico perfeito. Então, com certeza seria uma experiência da hora. Um dia vai rolar.