Paira: maturidade, urgência e sonho
Com seu EP02, a banda mineira afina sua identidade sonora e reafirma seu lugar como um dos nomes mais originais da cena indie atual

Em pouco mais de um ano de existência, a Paira — duo formado por Clara Borges e André Pádua — estreou em 2024 com um EP que misturava indie, drum and bass e lirismo confessional, trabalho que rendeu presença em listas de melhores do ano e abriu portas para shows pelo Brasil.
Agora, com o EP02 (Balaclava Records), eles expandem o universo sonoro e visual, e conversaram com a ISMO sobre o novo lançamento, o processo criativo dos últimos videoclipes, a cena de Belo Horizonte e o futuro da banda.
EP02 no ar, três clipes novos na rua no último mês… Como vocês estão se sentindo?
Clara: Parece que acabei de parir, estou exausta. É um momento de realização e contemplação. Durante a produção, gravando ou trabalhando nas músicas, não dá tempo de absorver e pensar muito sobre, né? E agora estamos ouvindo, vendo a reação das pessoas e ficando mais tranquilos, porque antes é um turbilhão de coisas ao mesmo tempo.
André: É, meio exaustos. Voltamos de uma turnê no Paraná, fizemos três datas lá, voltei pra BH na segunda-feira e eu ainda estava finalizando a edição do clipe de “Pra Sonhar” com o Lucas, não deu pra mexer muito nisso durante a turnê e eu tinha, sei lá, só três dias pra terminar tudo com ele. Foi tão corrido que nem percebi quando saiu — fiquei meio num limbo, só depois de acompanhar os comentários ao longo do dia é que caiu a ficha.

O que mais surpreendeu vocês na reação das pessoas com os singles, clipes e agora com o EP 02 nesse primeiro momento?
Clara: A “Confissão” foi muito bem, em cerca de 15 dias bateu 20 mil ouvintes, o que é meio chocante pra gente, não esperava uma resposta tão rápida. Do EP, cada um gosta de uma faixa diferente — “Ao Mar”, “Pra Sonhar”, “Sua Casa”, “Como Ficar”. Vi um comentário muito legal no Twitter de um cara falando que ele sente que o EP consegue contar várias histórias dependendo da ordem das músicas. Achei isso muito massa.
André: É doido esse comentário porque tínhamos em mente que ele poderia ser interpretado como atos diferentes, de diversas formas. Legal que alguém tenha pegado essa viagem assim.
Clara: Pois é, fiquei muito feliz quando li. Mas é isso: o EP01 foi um lançamento muito diferente. Eu e o André estávamos morando juntos na época e parecia uma vibe completamente diferente. A Paira estava sendo descoberta, a galera reagia com “que é isso, meu Deus?”. E nós não tínhamos nenhuma experiência em receber críticas, comentários positivos ou visibilidade. São experiências muito diferentes.
Vocês falaram que esse novo EP nasceu num “caos repleto de vivências novas” — que caos foi esse?
André: Lançamos a banda no ano passado, é nosso primeiro projeto musical sério, com selo, distribuição e clipes. Foi muito mais intenso do que imaginávamos: muita burocracia de contratos, planejamento, montagem de show, viagens. Morávamos juntos e estávamos em relacionamentos à distância….a Clara ainda está, o meu já terminou, mas tinha isso também que era uma doideira.
Clara: As viagens também, né? Tinha semanas que eu ia para São Paulo, ficava alguns dias, voltava e já viajava de novo. Não parávamos em casa.
André: Então é isso, foi tudo muito intenso, muita experiência nova, coisas que vivemos e presenciamos. Muitos shows bacanas que vimos, né? Em São Paulo, junto com a Balaclava, vimos o DIIV, o Elephant Gym… Tudo foi muito corrido e intenso. O EP01 levou cerca de dois anos para ser feito, num processo quase meditativo. Já o EP02 veio de uma urgência de criar algo no meio do caos, de tomar controle e conseguir interpretar, sublimar essas circunstâncias. Ele é mais emotivo nesse sentido, mais ligado a esse caldeirão de experiências do que o primeiro.

Comparando com o EP01, o que mudou mais: a sonoridade ou a forma de criar?
Clara: Acho que os dois. A forma de criar foi completamente diferente do EP01, mais “largada”, entre aspas. No EP01, ficávamos fritando nos detalhes, voltando várias vezes até ajustar. No EP02, foi mais direto: se não gostávamos de algo, ajustávamos, mas já tínhamos clareza do que queríamos.
André: O fato da gente estar morando juntos deixava tudo mais direto. Se algo não estava funcionando, já descartávamos. Também estávamos mais seguros do nosso som. O EP01 foi muito um trabalho de descobrir o que queríamos fazer.
Clara: Pois é, eu gosto de falar que o EP02 é a Paira mais madura, estabelecendo uma sonoridade.
Vocês acham que a a participação do Roberto Kramer como co-produtor nesse novo EP ajudou vocês a chegarem nesse lugar?
André: Os arranjos são todos nossos, chegamos com as demos prontas. A diferença que o Kramer trouxe foi na gravação: passamos quatro dias dormindo no estúdio para gravar o EP inteiro de uma vez. Isso deu um caráter menos caseiro — guitarras gravadas de verdade, vozes no estúdio, bateria ao vivo. Foi um mergulho total. A sonoridade que ele trouxe deixou o EP mais cru, influenciado pelo que estávamos ouvindo, como Alex G, Porches e coisas mais indie e diretas. Eu sabia que a mixagem ia fazer muita diferença nesse EP, e de fato fez. Quando você ouve as demos do EP01, elas já pareciam quase prontas; essas, não. Eu tinha confiança de que, na mixagem, tudo faria sentido. Como essas músicas são menos caóticas e com menos camadas — propositalmente —, isso abre mais espaço para trabalhar a mix e deixar tudo grande. O Kramer teve uma influência enorme para alcançar essa sonoridade que estava no fundo da nossa cabeça e que não conseguiríamos chegar sozinhos, já que não temos a técnica de mix e master.
Vocês misturam várias referências - do indie rock e emo ao breakbeat, drum & bass etc. Como fazem para isso soar natural e não virar um excesso de referências?
André: Acho que isso vem naturalmente. O EP01, como já falamos, foi muito experimental — tínhamos o desejo de misturar indie com breakbeats. Foi uma coisa que surgiu de forma espontânea, a partir de experimentos que eu fazia no Ableton Live e de ideias que a Clara também tinha. No EP01, fizemos cerca de 50 demos e usamos apenas cinco no final. Foi muito tentativa e erro, descobrindo o que funcionava e o que agradava nosso gosto — que é o mais importante. Isso foi criando confiança no que soa bem para a gente e no que faz sentido. A Paira é resultado de dois gostos muito fortes: sabemos exatamente o que gostamos e o que não gostamos. Quando um de nós não gosta de algo, fala na hora, sem barreiras. Às vezes alguém chega todo empolgado com uma ideia e o outro diz: “Foi mal, não gostei”.

Clara: A gente tem poder de veto absoluto.
André: E é isso, resolvemos e passamos para a próxima, porque precisamos chegar sempre a um lugar em que nós dois estejamos 100% satisfeitos. Isso foi moldando a identidade da banda, tornando-a sólida e bem definida. Por isso, para fazer o segundo EP, quase não tivemos demos descartadas — só uma ou outra. Acho que isso tem a ver com essa maturidade que a Clara mencionou — de entender qual é o nosso som e o que queremos fazer.
E por que vocês escolheram o formato de EP, ambos com cinco músicas e, coincidentemente, 16 minutos? Como foi a decisão de trabalhar mais uma vez nesse formato mais enxuto, em vez de lançar um LP, um álbum completo?
Clara: Acho que é porque queríamos nos descobrir antes, entender o que realmente queremos. Sempre tivemos vontade de lançar um álbum. Tanto que, depois do EP01, rolou a conversa: “Será que lançamos um álbum ou mais um EP?”. Decidimos lançar outro EP para consolidar nosso som e, quando vier o álbum, que seja algo completamente conciso e bem pensado.
André: O EP é como um curta-metragem no cinema: um espaço para experimentar sem tantas amarras, sem a obrigação de fazer algo longo e com grande orçamento. Tem a ver com esse lugar de descoberta, para entender exatamente para onde queremos ir. No nosso caso, o som é pop, mas ao mesmo tempo bastante experimental. Um álbum é como um longa-metragem, algo mais sério. Sentimos que era importante alcançar essa maturidade antes de gastar energia e dinheiro em um projeto maior. Queremos construir mais público antes de lançar, para que, quando o álbum chegar, já exista uma base mais consolidada e a possibilidade de rodar mais.
Precisamos falar sobre essa sequência absurda de clipes que vocês lançaram. Primeiro, “Confissão”, em película, com fotografia maravilhosa e aquela névoa toda de Paranapiacaba. Depois, “Sua Casa”, com estética lo-fi de mini-DV dos anos 90. E agora, “Pra Sonhar”, que traz uma linguagem totalmente única — câmera 360°, anjinhos flautistas… contem um pouco sobre os bastidores e o processo criativo de cada um.
André: Tudo foi construído em conjunto, mas foi muito interessante o processo desses três clipes. Gosto de como eles se amarraram no final, mesmo sendo bem distintos. O de “Sua Casa” foi o primeiro que começamos a produzir. A proposta veio do diretor (Erick Ricco), e eu apresentei a ele o filme chinês O Buraco, que é a referência para a letra escrita pelo Vinícius Cabral. Inspirado pelo filme, o Erick trouxe a ideia do clipe. Foi provavelmente a maior produção da qual participamos, com uma equipe excelente, cenários e miniaturas.
O clipe de “Confissão” foi dirigido pelo Patrick Hanser, que nos procurou querendo trabalhar conosco. Nesse, tivemos uma influência maior sobre o que queríamos fazer visualmente.
"Sua Casa", clipe dirigido por Erick Ricco
Clara: O clipe de “Sua Casa” começou a ser gravado em novembro de 2024, antes mesmo de iniciarmos a gravação do EP, em março de 2025. Então, a estética do EP foi sendo definida depois que já estávamos trabalhando no clipe. Por isso, sinto que “Pra Sonhar” e “Confissão” conversam mais com a identidade visual que criamos para o EP. “Sua Casa” ainda se conecta por trazer uma vibe anos 90/2000, que muita gente comenta ter a ver com a gente, além dessa atmosfera de sonho e onírica. Mas, visualmente, “Confissão” e “Pra Sonhar” têm mais a “carinha” da Paira.
André: No clipe de “Confissão”, chegamos com várias referências visuais, e o Patrick estava bem aberto às nossas ideias. Ele já tinha a vontade de filmar em 16mm desde que ouviu o primeiro EP e quis manter essa ideia fixa. Nós trouxemos referências de imagens noturnas no meio do mato. Lembrei de uma vez, no ano passado, em que procurávamos locações para fotos em BH, mas estava tudo seco por conta de uma seca brutal: céu laranja, clima quase apocalíptico. Como gostamos de incluir elementos da natureza no nosso visual e não havia nada vivo, acabamos fotografando em floriculturas.
Nesse processo, alguém nos indicou Paranapiacaba como locação. Guardei a ideia e, quando surgiu o clipe, falei: “Caramba, tem esse lugar, tipo um Silent Hill brasileiro, com neblina 300 dias por ano e uma vibe maluca”. Fica perto de São Paulo, onde o Patrick mora. Todo mundo topou e fomos — uma verdadeira aventura. Chegamos de madrugada, fizemos pesquisa de locação, e foi até meio assustador, já que a cidade tem muitas casas abandonadas.
"Confissão", clipe dirigido por Patrick Hanser
Foi totalmente na guerrilha? Vocês chegaram lá sem fazer nenhuma visita técnica antes, só chegaram mais cedo, mapearam as locações e já começaram a filmar?
André: Foi. Fizemos a pesquisa de locação por volta da 1h da manhã, dormimos três horas e acordamos às quatro para gravar, porque precisávamos pegar a neblina do amanhecer. Foi improvisado, mas com muita maestria do Patrick e do Gustavo, que fez a fotografia em 16mm, além da produção impecável da Mari. A equipe era super reduzida — cabíamos todos em um único carro.
Clara: Pois é, a gente até brinca que é mestre do baixo orçamento.
André: O clipe que saiu ontem de "Pra Sonhar" já foi muito mais nosso, com roteiro que nós mesmos pensamos. O Lucas, que dirigiu, é meu amigo desde os 5 anos — estudamos cinema juntos — e também fez o clipe de “Fio”. Ao ouvir as flautinhas da música, fiquei com a imagem de dois anjinhos tocando. A ideia da câmera 360° trazia um ar meio psicodélico, que combinava com a letra sobre o nascimento do mundo. Gravamos de forma super espontânea, no parque da Pampulha, em BH.
"Pra Sonhar", clipe dirigido por Lucas Campos
O gasto de material foi mínimo: duas roupinhas de anjo da Shopee e lanche para a equipe, que era de quatro pessoas — nós dois, o Lucão filmando e a Poli no figurino. O elenco era formado por amigos: as crianças eram a filha do Daniel Bretas, que fez todos os letreiros dos clipes, e a filha do Lucas. Foi tudo bem caseiro e feito na raça, mas ficamos orgulhosos, porque dá para tirar resultados muito bons quando se tem uma boa ideia. É aquela máxima cinematográfica: câmera na mão e ideia na cabeça.
Demais. E vai ter clipes também pra “Ao Mar” e “Como Ficar”?
Clara: Ó, sinceramente, eu tenho muita vontade de fazer um clipe para “Ao Mar”, porque acho que é uma música muito visual. Ainda não pensamos em nada, talvez mais para frente, se tivermos tempo e a ideia surgir. Por enquanto, não há planos.
Queria falar um pouco agora sobre Belo Horizonte: como a cidade influencia — ou não — o som de vocês? E como está a cena indie por aí hoje?
Clara: BH sempre nos influenciou muito. A cidade sempre teve uma cena de rock muito forte, e nós estávamos inseridos nessa cena do “rock triste” e da chamada “geração perdida”, com nomes como Lupe de Lupe, Fábio Carvalho e Fernando Motta — que são nossos amigos. Sempre estivemos muito próximos, então essa influência é certa.
Hoje, somos muito amigos também da Clara Bicho e do Gabriel Campos. É engraçado que chamam a cena indie de BH de “indie come quieto”, porque de repente estão rolando inúmeras bandas incríveis, mas ninguém de fora parece perceber. O Fernando Motta, por exemplo, acabou de lançar um álbum que considero um dos melhores do ano. A galera de lá é muito talentosa e a cena é bem consistente.
André: Pois é, é uma cena com muita gente incrível — sempre foi — mas que enfrenta o problema da falta de lugares para acontecer. Hoje, a gente sempre fala do Estúdio Central, do nosso amigo Gabriel Eliz, que agora conta com uma equipe super massa. Sinceramente, é o último farol de esperança para a cena em BH, já que ficou muito difícil encontrar espaços para fazer shows.
Eles estão conseguindo manter algo muito massa por lá, trazendo muita gente legal e fazendo muita coisa acontecer. Recentemente, vi o Fábio Carvalho tocando o primeiro disco dele — a Clara não estava em BH — e foi lindo demais. Acho que nunca vi um show com tanta gente chorando. Foi muito especial.
Para quem quer tocar e fazer acontecer, sempre existe espaço, mas às vezes há a dificuldade de público: é muito apaixonado, mas ainda nichado, sem um volume tão grande. Mesmo assim, acredito que o Estúdio Central tem uma grande chance de levar isso adiante de um jeito incrível e ajudar a cena independente de BH a crescer ainda mais.
Recentemente vocês fizeram uma sequencia de 3 shows junto com o Jovens Ateus e também participaram do último disco do Terno Rei. Como é a relação de vocês com essa galera e com as outras bandas da Balaclava?
Clara: Existe muito essa coisa de todo mundo ser próximo: todo mundo se conhece, é amigo e se admira. Sempre admiramos muito o pessoal do Terno Rei e os caras do Jovens Ateus, e quando eles entraram na cena, a conexão foi imediata.
O estúdio do Rob, que produziu junto com a gente, ficava na casa do Terno Rei, então acabamos nos aproximando ainda mais — passamos quatro dias lá gravando e trocando ideia. Os Jovens Ateus também são bem amigos do Terno Rei, gravaram lá e existe essa rede de conexões entre todos. Todo mundo do selo se conhece e, às vezes, sai junto. É uma dinâmica muito massa.
O Paira com o EP 01 ano passado entrou em várias listas de melhores do ano e teve gente que apontou vocês como o “futuro do indie brasileiro” — isso é um peso pra vocês ou combustível?
Clara Borges: Ah, para mim foi um combustível, com certeza. Ficamos muito felizes porque não esperávamos nada disso quando lançamos. Nem imaginávamos que entraríamos na Balaclava e, do nada, bum, entramos. Logo depois, bum, aparecemos em várias listas de melhores do ano. Fiquei meio em choque, pensando: “Caramba, a galera acredita no nosso trabalho”. Então acho que nós também precisamos acreditar muito nele. Foi muito massa, uma honra mesmo sair nessas listas.
André: Para mim também, foi muito legal mesmo, foi demais. Tudo aconteceu muito rápido, mas é isso: a gente quer fazer música para as pessoas ouvirem, para tocar em lugares, criar conexões e tudo mais.
Pesquisando sobre vocês eu vi uns sites de música japoneses falando sobre vocês e também uma galera do japão comentando nas redes sociais. Como o Paira chegou pra essa galera, chegaram a lançar ou fazer alguma parceria com um selo de lá?
André: A gente tem muita influência de uma banda japonesa chamada Number Girl, que é bem gigante por lá. No release do EP01, mencionamos essa influência, e a galera lá é muito nerd de som. De alguma forma, um site chamado Indie Native postou no Twitter que tínhamos influência do Number Girl, e o pessoal reagiu tipo: “Caramba, eles são do Brasil e gostam de Number Girl!”. Acabou dando uma viralizada no Twitter.
Clara: Foi muito doido.
André: Pois é, deu uma repercussão inesperada. Inclusive, quando lançamos o EP01, Tóquio foi a segunda cidade com mais ouvintes — isso foi muito massa. Depois, demos uma entrevista para um jornalista de lá, que saiu no começo do ano, e isso também ajudou a aproximar ainda mais o público japonês.
Depois a gente conheceu uma banda de lá chamada Tyrkouaz, um duo que mistura rock e drum n’bass — eles são tipo a Paira do Japão — e são irmãos gêmeos. A gente ficou amigo deles online e tem muita vontade de tocar junto com eles lá. E quem sabe até trazer eles para cá também.
Legal demais isso. Agora que o EP02 já está na rua, quais são os próximos passos para a Paira? Podemos esperar turnê, um álbum, novas colaborações?
Clara: Agora é aperfeiçoar cada vez mais nossos shows e tentar começar a trabalhar no álbum. Vamos aplicar em alguns editais e ver se rola. A ideia é criar, aplicar nos editais, melhorar os shows, fazer mais apresentações e rodar. A gente adora viajar, então estamos sempre procurando novos lugares para tocar. Esses são os próximos passos.
André: A gente quer começar a compor o álbum e já temos a ideia de alugar um sítio no mato por uma semana para fazer uma imersão. Isso também é importante porque precisamos ter demos prontas para inscrever nos editais — agora queremos fazer algo super bem produzido. Até hoje, todo o trabalho da Paira foi financiado com nosso próprio dinheiro ou com a grana que ganhamos de cachês. Desde o ano passado, tudo tem sido bancado assim, mas para chegar no próximo nível que imaginamos — em produção, volume, divulgação, material físico, clipes — precisamos dar um passo extra. Isso passa por entrar na lógica dos editais, que é uma oportunidade muito massa no Brasil.
Sentimos que chegou o momento de sair da produção de quarto e levar o trabalho mais adiante. E queremos tocar muito, viajar o Brasil inteiro e levar nossa música para as pessoas, porque, no fim das contas, o show é o momento mais especial: lançar é incrível, mas tocar, pelo menos para mim, é a melhor parte.

Ouça EP02 da Paira em sua plataforma de streaming favorita e, se tiver a oportunidade, não deixe de conferir eles ao vivo.