Oasis: poucos acordes que arrastam multidões

A banda fez uma turnê mundial lotando estádios e o Brasil foi a última parada do que foi chamado de Live Tour '25

Oasis: poucos acordes que arrastam multidões

No último final de semana o Oasis encerrou sua Live Tour ‘25 em São Paulo, no estádio do Morumbis. A cidade foi a escolhida pra ser a última da turnê de volta da banda, após 16 anos do fim, entre tretas dos irmãos Gallagher e falta de saco para fazer mais shows por aí. 

Tocando em duas noites na cidade de São Paulo e com mais de 68 mil pessoas por data, a banda apresentou um repertório bem grande, com 23 músicas em 2 horas de sucessos, o que não era novidade pra quem estava acompanhando a tour, já que a banda fez o mesmo show em todas as paradas, mudando só as variações de humor e de falas de Noel e Liam Gallagher em cada parada. 

Em músicas com acordes pouco variantes e umas até que lembram outras, o Oasis mostrou que não precisa ser virtuoso pra ter hits gigantescos. Das 23 músicas tocadas, pegando um pouco de cada álbum da banda, estavam clássicos como Wonderwall, Stand By Me e Champagne Supernova, que eram cantadas a coro da multidão presente. Na verdade, não precisava ser um baita hit ou tocar na Alpha FM pra ter milhares de pessoas cantando juntos, já que quase todas as músicas do set eram pedrada. 

Pra você ter noção, falando em números de streaming, a música menos “popular” - Cast a Shadow - desse setlist do Oasis no Spotify tem mais de 32 milhões de cliques. A mais ouvida nessa plataforma no perfil da banda, a clássica Wonderwall, ultrapassa os 2 bilhões e meio de ouvidas. Absurdo. 

Em brincadeiras de Liam Gallagher, que não falava “brazilianish” e artes do telão que variavam entre as músicas, o público se divertiu. Na Cigarettes and Alcohol, a mais vibrante do set, a arquibancada tremeu com a galera ficando de costas e depois pulando pra frente no primeiro acorde. 

O maior marco do BritPop acompanhado de uma voz marcante

Na Live Tour ‘25, o Oasis veio acompanhado de Richard Ashcroft, que emprestava sua voz para a The Verve, outra banda marcando do pop britânico que marcou os anos 90 e 2000. Quem não reconhecia o cara pelo nome, com certeza teve aquele sentimento de “conheço essa música” quando tocou uma Lucky Man ou Bittersweet Symphony da vida. 

Richard Ashcroft (foto: divulgação Oasis)

A escolha do Richard foi assertiva, já que essas músicas sempre foram hits no Brasil também. Além de São Paulo, ele abriu para o Oasis na Irlanda e no Reino Unido. Curiosamente, os caras são de milianos e já tiveram turnê juntos desde 1993, quando rolou o primeiro combo Verve-Oasis. 

Outra relação com o pop-rock que rolou no show foi a homenagem ao Gary “Mani” Mounfield, baixista da lendária Stone Roses, banda que é uma declarada influência pro Oasis. Mani faleceu na semana do show em São Paulo. 

Homenagem para Mani no telão e na camisa do guitarrista Paul Bonehead (foto: divulgação Oasis)

O Oasis sempre foi o guilty pleasure de muita gente - mas isso mudou

“Você curte Oasis, mano? Sério?” Falar que gosta de Oasis nem sempre foi bem recebido nas rodas de conversa rolês a fora, mas nos últimos anos a coisa tem mudado de figura. Com o hiato indefinido (e que por muitos anos foi definitivo) da banda, o Oasis foi tomando status de cult, não só pelas músicas mais famosas, mas também por seu visual, pela atitude “foda-se” dos irmãos - principalmente de Liam Gallagher, pela sua conexão com o futebol e por aí vai. Sinônimos de Manchester, até no seu sotaque, o Oasis foi deixando de ser uma coisa que a galera só ouvia escondido no quarto, pra ser algo que foi sendo ouvido nos rolês de várias subculturas. 

Sua relação com a moda e com o esporte, renderam para a banda diversas collabs recentes, como coleções com adidas e sua constante conexão com a Stone Island, que sempre fez a marca ser vendida para os fãs do pop do Reino Unido. Na volta da banda, o time de futebol Manchester City, o qual os irmãos torcem, também lançou uma coleção homenageando um dos discos da banda, o Definitely Maybe.

A coleção da adidas mais recente com a banda

Tudo bem, talvez o Oasis atinja majoritariamente o público 30+, mas fato é que nos shows de São Paulo, tinha desde metaleiro dos anos 90 até e-girls da geração Z cantando juntos às mais diversas pedradas que a banda soltou nas duas noites de show. Fuckin’ biblical, mate.


ISMO
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