Hoje, a FOLGA é dobrada!
Em um mundo onde o descanso virou artigo de luxo, a FOLGA chega para lembrar que desacelerar mais do que necessidade, é um direito

Se a roupa de trabalho costuma ditar regras e reforçar códigos, a FOLGA propõe o oposto: underwear de boa, com conforto, estilo e muita personalidade. Idealizada pelo artista Felipe “Flip” Yung ao lado de sua parceira e sócia Joyce Mescolotte, a marca lançada no final de 2024 chegou subvertendo o segmento de boxers.
Neste 1º de maio, a FOLGA vem dobrada: na forma de um merecido feriado para todos que constroem esse país com sua força de trabalho e no lançamento de um novo drop da marca homônima, apresentando uma nova estampa que mistura referências executivas com a estética do drip do spray. É o clássico depois de fazer uma pós-graduação na Universidade das Ruas.

Trocamos uma ideia rápida com o casal magia por trás dessa FOLGA toda para entender melhor a proposta da marca e a história por trás desse novo Drop e campanha.
O que motivou vocês a lançar a FOLGA?
Percebemos um grande gap no mercado de underwear, especialmente quando se trata de boxers. O que existia era basicamente o extremo entre estampas tradicionais sem graça ou opções fast-fashion de baixa qualidade. Ao nos aprofundarmos, entendemos também como os momentos de descanso costumam ser negligenciados — muita gente ainda usa roupas velhas, promocionais ou sem nenhum cuidado estético.
A Folga nasce para mudar isso. Somos um ícone de estilo e autoexpressão no universo do descanso. Queremos transformar o underwear em peça de destaque, com design autoral, conforto premium e estética que valoriza o tempo de pausa. Acreditamos que descansar bem também é uma forma de viver com mais estilo e propósito.
Quais os principais desafios que enfrentaram para colocar a marca na rua?
O primeiro grande desafio foi encontrar fornecedores que estivessem alinhados com os nossos valores — que levassem a sério a qualidade do produto e a responsabilidade em toda a cadeia, desde o tecido até a confecção. Queríamos criar algo durável, ético e com propósito.



O tesouro Ademar Luquinhas, curtindo uma merecida FOLGA no Drop 01 | Fotos: Chussei Jukemura
Além disso, outro ponto essencial foi desenvolver um modelo real de colaboração com artistas. Não queríamos apenas “usar” arte como decoração ou dar visibilidade como moeda de troca. Buscamos construir parcerias que valorizassem de verdade o trabalho criativo, com remuneração justa e protagonismo para quem assina cada peça. Foi um caminho mais difícil, mas essencial para manter a integridade do que a Folga representa.
A FOLGA tem um éthos bem colaborativo de trabalho, sempre envolvendo amigos nas colaborações e campanhas. Falem um pouco sobre isso.
Com mais de 20 anos de experiência no mercado criativo — a Joyce na estratégia e o Felipe na criação — tivemos a sorte de construir ao longo desse tempo amizades lindas com pessoas talentosas, generosas e apaixonadas pelo que fazem. Desde o início da Folga, fez muito sentido trazer esse círculo para perto, não só pela afinidade, mas porque a marca nasceu com esse espírito: coletivo, leve, livre.



Marcelo Peixoto e Luiza Machado curtindo aqueles raros momentos de FOLGA para o Drop 01 | Fotos: Chussei Jukemura
Muita gente que participa das nossas colabs ou campanhas nos diz, ao final de um drop: “Poxa, fazia tempo que eu não me divertia tanto trabalhando.” E isso diz muito. A Folga também é um espaço para se reconectar com o prazer de criar — sem briefs engessados, sem infinitas camadas de aprovação, sem aquela pressão corporativa que esgota.
Acreditamos que o bem-estar começa nos bastidores. Se quem cria está em paz, envolvido e se divertindo, esse sentimento transparece em tudo — da peça final até a experiência de quem consome.
Contem um pouco sobre o conceito criativo por trás desse drop.
A ideia nasceu de uma inquietação que muita gente compartilha hoje: estamos vivendo uma verdadeira epidemia de saúde mental. Recentemente, o INSS revelou um aumento de 68% nos afastamentos por motivos psicológicos, o que escancara os danos do capitalismo moderno — não só para a economia, mas para a nossa sociedade como um todo.
A Folga nunca foi só sobre boxershorts. Desde o começo, é uma marca que acredita que, na correria dos nossos dias, descansar pode ser um ato subversivo. Por isso, lançar esse drop no Dia do Trabalho é simbólico. A gente queria usar essa data para contar uma história que virasse o jogo — e decidimos fazer isso levando a Folga para o lugar mais emblemático do executivo moderno: a Faria Lima.
Esse é um território que concentra os principais incentivadores da lógica de transformar a experiência humana em capital produtivo. Então a provocação foi clara: e se a gente colocasse o descanso bem ali, no meio disso tudo?
Convidamos um time incrível para criar o ensaio artístico “Trabalhadores Merecem Uma Folga”. Tivemos a Vivi Lagua no styling, a Marina Nacamuli na fotografia e o Beto Macedo com a galera da Tilt na produção audiovisual.
Levamos para a Faria Lima três pessoas com perfis muito fora do esperado para aquele cenário: o Branco, junto com duas mulheres pretas — a Ester, B-girl, e a Marcela Maita, cantora. No styling, subverteram o dress code corporativo, criando uma persona de trabalho mais criativa, expressiva e confortável.



Branco, Ester e Marcela em território onde a meritocracia não dá FOLGA | Fotos: Marina Nacamuli
A Marina trouxe um olhar muito sensível com sua fotografia de rua e o uso da analógica, registrando essas pausas e momentos de criação com uma estética linda, crua, real. E o Beto, com a Tilt, complementou com um audiovisual que traduz toda essa provocação artística: mostrar que as pausas são tão importantes quanto o trabalho.
Esses folgers, como a gente chama, estão aí para questionar o status quo — essa cultura de trabalho até a exaustão, até a perda da identidade. Eles nos lembram que descansar também é criar, também é existir. E isso, por si só, é revolucionário.
Com que frequência vocês têm lançado novos drops e colabs?
A Folga não segue o calendário tradicional de moda — primavera, verão, outono, inverno. Nosso compromisso é com outro tipo de agenda: a que celebra a arte de estar de folga. Quando tem um feriado, tem uma nova Folga. É assim que nosso calendário se constrói, com base nos momentos de pausa e não na lógica da produção em massa.



Rapha e Alex dividindo um café de FOLGA no quintal de casa para o Drop 01 | Fotos: Chussei Jukemura
Desde o início, nossa vontade era justamente nos afastar um pouco dos códigos do universo hype. Depois que o Virgil se foi, sentimos que tudo ficou um pouco parecido, meio preso a fórmulas. Por isso, nossos ensaios são mais experimentais, exploram narrativas além do produto, e nosso ritmo de lançamentos é mais autoral.

Nosso primeiro lançamento foi o drop de Férias de Verão, que foi minha coleção pessoal. No Carnaval, veio o drop de Carnaval com o Filipe Grimaldi, e agora, no Dia do Trabalho, estamos lançando a estampa Folga Neoclássica Listras Azul — uma peça que brinca com o azul clássico das camisas de executivo, mas misturado aos drips do graffiti. Um símbolo visual dessa fusão entre a rigidez do trabalho e a liberdade criativa do descanso.

O que podemos esperar da Folga num futuro próximo?
Podem esperar uma marca incansável em lembrar as pessoas da importância de descansar. A Folga é, antes de tudo, um convite — um convite para enxergar o descanso como um status de arte, algo digno de atenção, de estilo, de expressão.
Seguiremos criando colabs e estampas que reforcem essa mensagem, sempre conectadas a datas que naturalmente nos convidam a dar uma pausa. Cada novo drop será uma oportunidade de transformar o tempo livre em algo simbólico, estético e cheio de significado.
Trabalhadores, vocês merecem muito mais do que só um descanso no feriado. Vocês merecem vestir a sua própria FOLGA. Todos os dias.