Estar Magazine e o registro mais duradouro das subculturas

Criada por brasileiros, a Estar é um olhar multicultural e multidisciplinar no impresso

Estar Magazine e o registro mais duradouro das subculturas

Em 2025, o impresso ainda vive. Bom, pelo menos para muita gente que está cansado das suas coisas durarem 20 minutos num post de rede social. O impresso tem voltado como uma ferramenta de longevidade e de diferentes possibilidades de acervo e arquivo de fotos e textos que antes eram consumidos (ou nem consumidos, apenas vistos) só nos aparelhos de celular. 

Assim surge a Estar Magazine, ideia de Igor Morozini e Luiza Potyr para um impresso que nasceu em Portugal mas que vive no mundo todo. A revista dos brasileiros, que tem como diretor de arte o irlandês Graham Dow, é um alívio para quem busca uma plataforma de encontro e longevidade para conteúdos de subculturas de rua do mundo todo. Uma revista grandona, cheia de assunto legal e que vai durar mais do que só uma escrolada no celular. 

Conversamos com a dupla Igor e Luiza para sabermos mais sobre a Estar e sobre fazer uma revista em 2025. 


Como surgiu a ideia de fazer uma revista?

Igor: Foi muito desse lance da realidade que a gente vive agora, de tudo ser muito superficial e as histórias se perderem muito fácil, uma chuva de informação e é um pouco difícil absorver tanta coisa. A ideia foi juntar uma galera que eu gosto, tenho algum apreço, que admiro o trabalho, juntar todo mundo e eternizar essas histórias, que merecem mais que 24h no instagram. 

Eu tenho uma facilidade de conectar uma galera de vários nichos diferentes, e nessa plataforma pensei em juntar várias vozes que merecem ser ouvidas

Sei que você tem um relacionamento com skate, mas a Estar vai além disso. 

Igor: A parte do skate na Estar é o lado B no skate, a gente não foca só nas manobras, a gente foca mais na vivência de cada um, dos indivíduos que são ímpares. As manobras são só um pretexto, a gente fala muito sobre a vivência de cada pessoa. A gente tenta sempre humanizar cada pessoa. 

Tem manobras de skate, mas são para contextualizar momentos

Luiza: A gente tem uma parada de 'estar presente' na revista, sempre tentando puxar um lado B das histórias e não falar tanto do óbvio, do skate-manobra ou da pixação-pixo somente. Acho que as pessoas tem essas informações hoje em dia, tem revistas de skate ou plataformas pra ver o pixo, mas esse lado de mostrar o que é a pessoa estar presente, um lado que a pessoa nunca teve oportunidade de contar, uma coisa que é curiosidade de todo mundo, a gente tentou buscar mais isso, essa parte até mais íntima. Ninguém na revista não existe uma relação com a gente, seja de amizade ou admiração, ninguém é aleatório. A gente juntou pessoas que tem muita coisa pra contar e que nunca teve plataforma pra isso.

Igor: Pra ter a ideia da revista, ouvi muito as pessoas reclamando de estarem reféns do algoritmo, às vezes fazer mó corre pra fazer um trabalho e num dia soltar a parada e no dia seguinte não existir mais na mente das pessoas.

Toda a galera que produz coisa criativa chegou numa fase de saturação desse formato (das redes sociais). Com a Estar, estamos fazendo o caminho inverso e tentamos eternizar essas histórias até para, no futuro, servirem de formato de consulta ou objeto de pesquisa.

Pôsteres punks na primeira edição da Estar

Vocês são dois brasileiros fazendo uma revista na Europa, com uma pessoa não-brasileira, sem limites geográficos de assuntos também… 

Igor: Não tem limite geográfico, mano, mas um dos parâmetros para fazer a revista é fazer essa ponte das subculturas do Brasil e as do resto do mundo, sabe? A gente junta essa galera que faz coisa foda pra caralho e está cada um em um lugar do mundo, conseguimos multiplicar o alcance dessa comunidade, porque um vai saber sobre o trabalho do outro. Por exemplo, um coletivo de música do Canadá que não sabe o que é a CPTMafia do Brasil e vice-versa, aí estando na revista, todos sabem o que cada um faz e quando vai ver, está todo mundo conectado! 

A revista tem alguma periodicidade?

Igor: Pra fazer um formato desses, demanda um tempo. Essa primeira edição, trabalhei mais de um ano pra fazer ela… Mas a periodicidade que eu almejo é duas por ano. 

Luiza: Do mesmo jeito que tem um monte de jeito pra fazer o conteúdo da revista, graças a Deus a gente tem também uma galera foda com a gente trampando. A gente começou com uma equipe consolidada em vários meios que precisam estar presentes, não só no criativo da revista, ajudando a gente a fazer duas por ano. Nessa primeira a gente aprendeu pra caralho e nas próximas agora é só mandar bala! 

Com a facilidade das pessoas que participam da revista de se conectarem com coisas legais, a gente já tem assunto pra várias edições. 

Igor: É muito assunto, temos histórias ilimitadas, temos amigos muito criativos, estamos rodeados de mentes brilhantes. A gente só conhece maluco interessante (risos).

A primeira edição da Estar Magazine está disponível no Brasil. Saiba mais aqui.

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