Documentário: Kamau e Thomas Teixeira
13 fotos de um projeto que reuniu singles, capas e clipes do Kamau

Quando o assunto desse artigo surgiu, era uma outra ideia: eu queria chamar o Thomas Teixeira, o Toddy, pra fazermos o “história da foto”, um quadro que fotógrafos chegam pra contar uma história de uma foto inusitada. Mas quando falei com ele, ele me trouxe mais do que só uma história - ele trouxe 13!
O Thomas, junto do Alê Urch e do Raynan Sanchez, participaram de um projeto do Kamau chamado “Documentário”, que reuniu reuniu 13 músicas - uma pra cada letra da palavra documentário e uma chamada “Documentário”. Com isso, cada single tinha um clipe e uma capa, o que trouxe uma incumbência de tirar 13 fotos - 12 mais a junção de todas - e todas terem uma vida própria.
Então cada uma delas tinha sua própria história e na hora de falarmos sobre elas, o Kamau estava junto e os dois contaram cada uma dessas histórias, cada uma com seus problemas, suas risadas e suas soluções mirabolantes. Hoje a gente passeia pelas fotos do Documentário, álbum do Kamau que saiu completo em 2024, na visão dos dois. Vamos uma a uma:
DoisTrês
Kamau: Acho que antes da gente entrar nas fotos uma por uma, vale trazer como eu pensei o projeto, que a princípio era pra ser só essa música, a DoisTrês. 21 de dezembro de 2022, você vê como eu sou, tenho um bagulho com data e com o número 21. Começou uma galera a me perguntar se eu não ia lançar uma música por conta da minha conexão com o número e, a princípio, não ia lançar nada.
Mas aí comecei a pensar na ideia e quis fazer uma música só pra lançar no fim do ano, algo mais despretensioso. Aí comecei a escrever a letra e pensei no nome DoisTrês, até porque era o ano seguinte. Isso era dia 22 e no dia 23 eu quis gravar a música, até pra conversar com o nome e com o ano seguinte. Aí gravei a música, mas não terminei nesse dia. Nos dias seguintes, comecei a pensar que queria fazer uma capa e um vídeo e até já tinha desistido, de certa forma, de lançar a música naquele ano.
Aí no dia 25 eu liguei o Thomas Teixeira, meu fiel escudeiro. Ele estava em uma festa de Natal e eu falei “mano, tenho uma ideia aqui” e sempre que a gente chega com essa fraase, é tipo quando, num relacionamento, você fala "precisamos conversar” (risos).
Mas nesse momento eu já tinha visualizado a foto na minha cabeça e eu chamei ele pra gente pensar juntos. Isso era madrugada do 25 pro 26 de dezembro. Nessa conversa eu perguntei pra ele se sabia fazer vídeo e ele respondeu algo do tipo “É, não sei, mas se precisar a gente faz!” (risos), mas ele já tinha pensado no Alê Urch para isso e eu achei bem legal.
Thomas: Ele faz a música pensando na porra da foto! (risos). Nessa "reunião de pauta”, de madrugada, a gente mandou a ideia e a foto pro Urch e meio que a gente definiu tudo de um dia pro outro. A gente fez a capa no outro dia e chamamos o Raynan Sanchez para fazer o lettering que ia nela.
Kamau: a princípio era pra ser só isso. Saiu 6 de janeiro de 2023. Comecei a falar com as pessoas e meu primo me disse que aquele som parecia a introdução de alguma coisa. Pronto, foi o gatilho. Aí voltei pra falar com os caras, pra gente continuar nessa pegada de fazer a música, o clipe - que eram de celular -, a foto e o lettering. O “não” eu já tinha, mas fui ver mesmo assim. Comecei a pensar em qual palavra tinha 12 letras, para ser uma por mês e que começasse com D por causa da primeira música ter sido DoisTrês. Me veio a palavra "documentário”, que não necessariamente precisava ser um filme, mas uma junção de documentos. Aí falei a ideia pra eles de ser mais 11 sons nessa pegada e foi um “é, já que estamos aqui, né?" coletivo (risos).
Thomas: Essa primeira foto foi dentro do estúdio do Kamau. Procuramos fazer de um ângulo diferente e surgiu essa capa.
Ourives
Kamau: A ideia era fazer a parada dentro de uma fábrica de discos. Aí eu também procurei um ourives e consegui através do meu amigo DJ Buiu. Eu falei com os caras no dia 6 de janeiro e no dia 9 já estava com a música pronta. Eu não costumo ter esse ritmo de trabalho, mas nessa época incrivelmente eu tinha. Mas voltando à capa, fomos todos nós até uma fábrica e aí começa a saga de uma forma diferente, porque a gente foi pra lá sem pensar qual seria a capa da música. Quando a gente estava na fábrica, tivemos várias ideias, escrevemos “Ourives” no contato do disco e nisso, estava com ele na mão e tirei uma foto do Raynan, de celular mesmo. Aí falei pro Thomas: “então, tem que tirar essa foto aqui” (risos).
Thomas: Tinha vezes que ele vinha com a ideia no celular e eu passava a visão na minha cabeça pra câmera. Aí a gente batia cabeça, porque no celular era uma coisa e na câmera era outra!
Kamau: Eu sempre falava pros caras "vem cá, pensa com carinho”.
Thomas: A capa da Ourives é o reflexo do Marcus no disco. Ele fez essa foto do celular à tarde, com a luz linda entrando na janela, mas na hora que fomos fazer, não tinha mais essa luz! Eu gosto desse desafio, fico tentando entender como captar a mesma foto que ele fez no celular, mas na câmera, então existe um pouco da alma do skate dessa coisa de tentativa e erro, de tentar achar o moment perfeito.
Classe
Kamau: Essa história tem a ver com skate. Eu lembrei que tinha ido na ocupação do Ermelino Matarazzo em uma oficina com o Murilo Romão sobre o Vale do Anhangabaú e pensei em fazer o vídeo e as fotos lá de Classe. Lá é muito rico em termos de imagem, mas escolhi o mais “inusitado”, porque pensei em escrever na lousa o nome, diferente das outras, que o Raynan fazia depois e juntávamos o lettering na capa. Essa eu já fui pensando nisso.
Thomas: Essa o Raynan teve que fazer presencial (risos). O engraçado dessa capa é que gravamos o clipe todo antes de fazer a capa, mas já sabíamos que ia ser na sala de aula, porque era a última cena. Tinha umas outras coisas acontecendo e a gente foi sair de lá 3 da manhã.
Kamau: O fato da gente ser amigo e ter sintonia, o bagulho rende mesmo que atrase por qualquer motivo. A Classe, por mais que tenha ficado tarde, foi fácil por ser um ambiente controlado.
Thomas: Eu só fiquei tentando entender o melhor ângulo, porque a capa é quadrada, então não adiantava fazer uma capa muito aberta porque no corte você perdia isso. Então setei a câmera no 1:1, na dica do Alê Urch, e foi mais fácil para pensar no corte para a capa. Esse projeto foi a junção de quatro artistas, quatro cabeças pensantes.
Kamau: Tinha coisa que a gente tinha que desapegar um pouco. Muita coisa eu direcionei porque eu já visualizava as ideias da música.
Uniforme
Kamau: A partir dessa, a gente começou a bater um pouco de cabeça porque virou uma parada um pouco mais pressão, sabe? A gente não tinha falado pra ninguém ainda o que aquilo estava virando, mas começou a se tornar uma pressão pra gente porque todo mês a gente tinha que lançar uma.
Thomas: A foto tinha um prazo menor que o clipe, por exemplo. Tinha que subir as músicas com um tempo antes na plataforma, então tinha um tempo mais curto, mesmo fazendo no mesmo dia do clipe.
Kamau: Mas voltando a Uniforme, eu tinha pensado em outro nome mas não consegui fazer uma letra com esse outro nome, que seria “Útil”. Antes vou contar um pouco sobre a música, porque essa tem relação com skate. Eu gosto muito de um grupo que chama Extra Prolific e o Dj Mista Luba me descolou um disco deles. Quando eu estava ouvindo, cochilei e o disco acabou e antes do rótulo ele ficou fazendo um beat que me deu uma ideia. Pensei “e se eu fizer algo repetindo isso?” e a letra vem falando “nada se repete além do loop” e a última frase da música é “sou bem mais útil sem trabalhar de uniforme”. Daí veio o nome.
Aí rolou e começamos a pensar na ideia, mas não teve uma específica para esse nome porque eu não queria ir para o óbvio da palavra Uniforme. E eu também comecei a usar, de certa forma, palavras que tinham mais de um significado. Aí pensei em um lugar para fazermos, um apartamento vazio, que foi onde foi a foto. Mas a gente só tinha um dia pra fazer porque no outro dia alguém ia se mudar para o apartamento!
A gente fez de noite para madrugada, não podia fazer barulho, e a gente foi tirar a foto no fim da gravação. Eu queria algo que tivesse a ver com a cena do clipe.
Thomas: Eu tinha feito outra, na porta, que ficou bem louca, mas não tinha no vídeo, então a gente ficou nessa discussão de qual foto era melhor. Essa foto da capa, o vidro tinha um reflexo, eu aparecia, e a gente acabou fazendo uma edição para deixar esse vidro mais preto. Eu fazia a edição da foto e o Urch fazia o tratamento da cor para ficar igual ao vídeo.
Quando a gente estava fazendo a foto no quarto, começou um barulho na sala, mas não era pra fazer barulho nenhum! A gente ficava falando “xiu”, mas baixo, porque não podia falar alto (risos).
Kamau: Era apartamento vazio de madrugada, então qualquer barulho era alto. Mas na hora que a gente foi falar com o Urch, a gente teve ataque de riso, mas não podia rir alto! A gente estava bem louco de cansaço, começou a rir sem parar, mas pra dentro. Esse dia foi louco.
Meio
Kamau: Vamos na loucura primeiro: queria a palavra “meio” como metade e como jeito de fazer as coisas. Aí um dia no Parque Augusta pensando em lugar pra fazer o video o Thomas deu ideia de algo que ficasse “bem no meio” no sentido de centralizado. E eu neguei por não ser o sentido que eu tinha pensado. Aí ele espanou! (Risos) ‘’
Aí expliquei a ideia e ele entendeu. Aí cheguei na ideia do copo meio cheio, mas o vazio ser pra baixo. O Urch virou o Daniel Azulay, Professor Pardal e começou a fazer um monte de testes pra acontecer. Ele mandou uma par de fotos brisando na ideia e deu certo!
Thomas: Todo mundo pensa que é Photoshop, mas não é! O desafio desse copo era aguentar até o fim do clipe, porque o Marcus tinha que beber, mas não podia movimentar muito, pra não derramar. Tinha uma parada que dividia e não podia vazar. Quando a gente foi fazer, desceu uma gotinha de café, que não encanamos e achamos da hora! IA nem existia ainda! (risos).
Kamau: Foi uma parada de poliestireno e o Urch fez uma porrada de testes até chegarmos em algo que respeitasse as leis da natureza (risos).
Era
Thomas: Nessa aí tem várias histórias. Eu tinha um gato que chamava Flip e ele estava doente, quase virando camisa de saudade (risos). Na casa tinha uma gatinha que tinha a mesma cor que o Flip, que eles não queriam que eu visse, porque ia ficar triste e depois que a capa ficou pronta, tem um monte de ligação com gato, até um desenho na parede, que foi o filho do Granja (Fernando Granja) que fez e na camiseta do Kamau tem um gatinho na manga! O Flip ficou eternizado nessa capa de várias formas.
Kamau: Eu pensei na dualidade do “Era” de ser uma época ou do passado do verbo ser. Na casa do Luba, que foi onde foi a foto, ele tem muitas coisas antigas, tipo VHS, vinis, revistas etc. Então são coisas que eram recorte de uma era.
Thomas: Era muita informação na casa inteira!
Kamau: Pensei de fazer uma parada de girar a fita, que era algo que fazíamos na época e quem pensou na posição, de cima, foi o Thomas, até pra pegar o movimento do giro. Também retrata algo da parada da roda do tempo, de girar, então tudo conversa.
Thomas: Nesse dia teve uma história que a gente deixou o carro no estacionamento e ficou sem carro porque fechou cedo! Só fomos buscar no dia seguinte. Mas com esse perrengue, a gente voltou pra casa do Luba e continuou gravando.
Kamau: Tem uma outra parada, que o Luba ia se mudar no dia seguinte! Então realmente foi tudo no fio do cabelo! (risos).
Nós
Kamau: Chegamos no meio do disco e a gente não estava se odiando ainda porque essa era uma música de amor (risos). No fim de Era, quis dar uma ideia do que estávamos fazendo e no fim da música tinha um “não, ainda não” que dava uma ideia que teria mais coisas.
Thomas: Nessa época, a gente já estava com a viagem comprada pra Nova Iorque, que seria a próxima capa. Então ele teve que fazer duas músicas, adiantar uma, pra que a gente pudesse viajar pra lá e fazer a foto!
Na Nós, o Kamau já tinha pensado em fazer no ponto de ônibus. Essas capas na rua, eram todas lugares que a gente passava, então era bem natural. A gente fez essa foto antes do clipe.
A gente queria um rastro de carro passando, algum busão…
Kamau: Essa história foi engraçada, porque a gente escolheu um ponto que não vinha busão nenhum! Todos viravam uma esquina antes! A gente só foi descobrir depois que só tinha um que passava nele e que demorava pra caralho pra passar.
Thomas: Passava mil carros e quando a gente começou a fotografar, nada! Mas fizemos a foto e depois viajei, não acompanhei o clipe.
Kamau: A relação do ponto de ônibus com “Nós” é a espera, esperando alguém certo… Estou com um pedaço de corda amarrado também, como se eu fosse um cachorro perdido esperando pra me amarrar com alguém. No clipe, estávamos na Estação da Luz, eu com a corda na mão e passou um maluco e falou “Aí, seu cachorro escapou!” (risos).
Thomas: Essa capa tem uma história legal porque o Kamau participou do Lollapalooza esse ano mas na época a gente não sabia. Aí, em 2024, a gente passando pelo mesmo lugar que a gente fez a capa, tinha uns caras colando um lambe na rua do ponto, o banner do Lolla! Aí quando levanta o pôster, tem o nome do Kamau e a gente ficou felizão.
Kamau: Eu falei com os caras colando e um deles falou: “Aí sim, moleque dahora”, mas ele nem sabia quem eu era! (risos)
Thomas: Olha que conexão foda, o ponto era numa rua de um pico clássico de skate, fizemos a capa e depois a gente viu pela primeira vez essa parada, nós juntos, então foi muito foda.
Trilha
Kamau: Nova Iorque foi uma novela desde o primeiro momento. Fomos juntos, eu o Toddy, e lá a gente trocou o Urch pelo Creke (Creke Aires), trocamos um louco por outro (risos). Eu e o Creke incentivamos muito ele a ir.
Thomas: Chegamos lá sem muita ideia e tinha que adaptar com os horários do Creke.
Kamau: Lá é muito louco que, pra todos ali é o cotidiano, mas pra onde você vira tem uma cena. Mas o Thomas começou a tirar umas fotos, até pensando em projetos dele, mas as primeiras o Creke até zoou: “pegou do Google?” (risos)
Thomas: O Creke me zoou, mas mudou a minha visão de vários bagulhos, porque eu realmente botei a minha visão das fotos. Eu voltei nos mesmos picos e refiz as fotos e os caras falaram “agora ele chegou em Nova Iorque!” (risos)
Kamau: Essa capa deu trabalho, porque o nome “Trilha” é de trilha sonora e trilha de caminho. Pensamos na ponte do Brooklyn, em outros lugares, mas nada a gente curtia. A foto em si, quando a gente conseguiu, fomos para uma estação aberta. A foto é engraçada porque a gente queria pegar o trem vindo, então tinha que andar na moralzinha, com o trem passando, e tinha que sair correndo de novo pra pegar ele de novo!
Thomas: O mais louco é que o trem é linha M, de Marcus, e isso aparece na capa!
Área
Kamau: Essa música eu tinha a letra, mas não conseguia fazer o beat por nada nesse mundo. Depois de Trilha, não tem mais clipe. Eu só consegui lançar Área em novembro, aí ficou uma pressão gigante para completar tudo nesse ano - detalhe: faltava 3.
Aí pensamos no bagulho escrito área no chão, mas ninguém achava!
Thomas: O Gustavo (Gustavo Felipe) mandou várias localizações de área, até pelo Google Maps, o que nos ajudou bastante, mas na verdade a gente acabou achando um "área" que estava na nossa cara, mesmo (risos).
Kamau: Essa da capa estava no nosso caminho o tempo todo! Tirei a foto de celular, mandei, e depois fizemos de câmera. Não era isso, mas era tipo isso! (risos)
Thomas: Corta pra eu e o Marcus sozinho, na beira da 23 de Maio, cada um num lugar, olhando pro outro pra ver se não vinha alguém na maldade com o outro! Um pouco hostil, mas tinha que ficar esperto, porque ele estava lá embaixo e eu em cima. Eu fazia a foto, descia pra ele ver e voltava, aí deu certo. Foi a única foto que o Raynan não precisou escrever na capa.
Retrato
Thomas: Essa música o Kamau fez muito rápido! Com essa bagulho de conviver com ele no projeto todo, eu via tudo, como ele fazia, como criava o beat… Foi da hora.
Kamau: Nada fluiu fácil, mas eu comecei a me forçar, eu tinha que fazer! Até pra subir a música precisava de um tempo mais rápido que o normal. Lancei uma música por semana até o fim do ano!
Thomas: Aí as capas foram no modo hard (risos).
Kamau: A capa de Retrato foi num estúdio fotográfico, a letra era pra ser outro nome, mas acabou sendo essa.
Thomas: Quando a gente chegou, imaginei já esse reflexo mas não falei porque achei que era um pouco óbvia, achei que ele não ia curtir. Até que ele chegou com a mesma ideia e pensei “não acredito que não falei antes!” (risos). As ideias começaram a ficar muito parecidas e a gente fez essa foto, que ficou pra capa.
Índice
Kamau: A gente começou a fazer fotos com soluções controladas. Não lembro bem a relação com as moedas, a mesa… Mas tinha uma treta que eu tinha que sair na capa, mas porra, era a minha mão! (risos) A relação estava na letra, a primeira frase é “foco, fora da foto, não da cena”, e eu não apareço na capa!
Thomas: Olha que doidera: começou com ele, a segunda não tinha ele - a penúltima também não tem e termina com ele!
Outro
Kamau: Eu fui mais pela visão do Toddy. Eu queria fugir do óbvio do estúdio - que foi onde foi feita a foto - e a gente quis sair do que era fácil.
Thomas: Foi um desafio de achar um outro ângulo, a gente gastou na última uma foto no estúdio. Nessa tem o livro do J. Rawls, que era um que ele estava lendo bastante. Mas acabou que essa foi mais fácil que as outras, mesmo.
Documentário
Thomas: Beleza, acabaram as doze músicas e a gente queria fazer uma pra todas, que juntasse todos os singles, a de Documentário mesmo. O projeto inteiro ia sair no outro ano.
Meu projeto pesoal de Nova Iorque, fiz 40 fotos e printei do tamanho de uma capa de disco. Aí pensei em fazer isso também no disco, porque o Kamau queria fazer uma foto na Petróleo Discos e pensamos de fazer a parede de discos. Aí os doze discos da parede são as fotos anteriores!
A graça dessa foto é que fizemos primeiro uma ideia de celular, mas quando fizemos de câmera, tiveram outros problemas, de ângulo, de reflexos… Aí fizemos com uma escada de fora da loja, em um horário útil da loja e fizemos com eles trampando!
Kamau: A gente mexeu nas capas ali, deixamos discos que eu gosto. Mas agora vou te contar um detalhe louco: a gente já fez capa pra caramba, eu e o Thomas, a gente se conhece do skate, mas nunca fizemos uma foto de skate!
Foi um projeto muito foda e por eu ter tido essa ideia e eles toparem sem grana, eu estou por eles pelo que precisarem! Nesse projeto nosso laço se fortaleceu muito, o Thomas até virou “primo”, entrou pro grupo da família! (risos)
Thomas: Olha só, era pra contar a história de uma foto, contamos de 13!
Ouça Documentário, de Kamau, aqui