A Gente Também Joga
Da periferia do Rio às margens do Amazonas, Luisa Dörr revela como o futebol americano floresce no Brasil

O futebol americano não é mais só um espetáculo distante transmitido dos Estados Unidos. Nos últimos anos, ele ganhou espaço no Brasil: o país já soma a terceira maior base de fãs da NFL no mundo, com quase 40 milhões de torcedores, e comunidades inteiras se organizam em torno do tackle e do flag football, em campos, praias e parques. Essa onda ganhou ainda mais força em 2024, com a realização do primeiro jogo oficial da NFL no Brasil, em São Paulo — um marco histórico que agora se repete em 2025, com a segunda partida no país, realizada nessa sexta-feira, entre o Los Angeles Chargers e o Kansas City Chiefs.
Para contar essa história, a NFL convidou Luisa Dörr, uma das fotógrafas brasileiras de maior projeção internacional da atualidade, reconhecida por retratos que iluminam a potência de pessoas comuns em seus contextos. Com sua linguagem de luz natural e sensibilidade ímpar, Luisa viajou pelo Brasil para registrar como o esporte da bola oval se enraíza por aqui.
O resultado é A Gente Também Joga, série que contempla quatro narrativas:


Perseverar | Rio de Janeiro
A trajetória de Samuell Laurindo começou com longas viagens de transporte público acompanhadas pelo pai, determinado a não deixar que a distância fosse barreira. Descoberto ainda adolescente pela Rio Football Academy, projeto que acolhe jovens da Rocinha e comunidades vizinhas, Samuell hoje é titular da equipe sub-20 pentacampeã nacional. Sua história é sobre dedicação, apoio familiar e sobre como o futebol americano pode abrir novas possibilidades de futuro.


Rivalidade | Recife
Assim como o futebol de bola redonda vive de clássicos, o futebol americano no Nordeste também encontrou o seu: Recife Mariners x João Pessoa Espectros. Mais que uma disputa em campo, a rivalidade se tornou herança cultural para jogadores e torcedores da região. Entre nomes como Lucas Adolfo e Callus Cox, o clássico mostra que a intensidade da competição não elimina a amizade — é justamente a paixão compartilhada que mantém o jogo vivo e transmitido de geração em geração.


Ocupar | Manaus
No coração da Amazônia, as Valkyrias surgiram como uma das primeiras equipes de flag football feminino do Brasil. Criadas por um grupo de amigas e lideradas por atletas como Kricia Solar, Ane Margarida e Fernanda Maciel, elas transformaram Manaus em um centro inesperado do esporte. Entre treinos, campeonatos e conquistas, as Valkyrias provaram que ocupar o campo é também ocupar espaços sociais, abrindo caminho para novas gerações de mulheres no jogo.

Superar | Belo Horizonte
No Campo do Chiqueirinho, Dayene Nogueira organiza treinos semanais para dezenas de crianças que encontram no futebol americano mais do que esporte: encontram cuidado, direção e comunidade. O projeto já revelou talentos como a quarterback Maysa da Silva, de 18 anos, e o pequeno Alexandre, de 11. Cada treino é um exercício de superação coletiva, mostrando que, mesmo em contextos de vulnerabilidade, o jogo pode ser motor de transformação.

Entre olhares, corpos em movimento e paisagens brasileiras, Luisa capta a disciplina, determinação, alegria e o senso de comunidade que moldam o esporte por aqui. Mais do que registros de campo, suas imagens são sobre sonhos coletivos e futuros possíveis.
A exposição A Gente Também Joga, com curadoria de Mônica Maia, abre em São Paulo hoje, 5 de setembro, no Espaço Alto, reunindo 42 fotografias de Luisa Dörr. Uma oportunidade para conferir de perto e tentar entender como que o futebol jogado com as mãos vem conquistando um espaço cada vez maior no coração de um povo que nasce com uma bola nos pés.
NFL Brasil Apresenta: A Gente Também Joga
Exposição especial de fotografia de Luisa Dörr
De 5 a 14 de setembro
das 10h–18h
Espaço Alto
Rua Líbero Badaró, 336
Centro Histórico
São Paulo . SP