7 jogos favoritos com Eric Cesar, da CLASS
Nem só de moda e artes o diretor criativo da marca de streetwear se alimenta culturalmente

Por aqui na ISMO curtimos conhecer e ouvir histórias além dos universos que articuladores da cultura participam. Skatista falando de livros, guitarrista de hardcore citando outros gêneros são alguns exemplos do que já rolou, e desta vez convidamos o Eric Cesar, diretor criativo e co-founder da CLASS, marca de streetwear de Santo André, ABC Paulista. Apaixonado por moda e artes visuais, Eric tem outro interesse que expõe pouco, mas que já foi referência em suas criações para a marca: os vídeo-games. “Eu tive o PS 1 e depois pulei direto pro 4, mas eu sempre curti pesquisar, ver vídeo, gameplay e tal”.
O primeiro drop da marca em 2025 faz referência aos RPGs japoneses, imaginando um ABC industrial e distópico para a produção das peças. Mas não é a primeira vez que os games são inspiração pra marca. “Cara, a gente já usou Chrono Cross como referência de uma coleção, teve uma com Final Fantasy Tatics…”
Encontrei o Eric durante um evento e na conversa o assunto surgiu e aproveitei pra fazer uma lista de 7 jogos que ele curtiu e curte jogar. Dos mais antigos aos da nova geração, a lista mostra que o bom gosto não está só nas roupas.


Peças inspiradas por elementos de RPGs são as mais lembradas

Chrono Cross - Square Enix, 1999
Sucessor do clássico Chrono Trigger, lançado em 1995 para Super Nintendo, Chrono Cross acompanha a história de Serge, um garoto que acorda em um mundo paralelo onde ela já morreu e precisa entender o mistério desse “multiverso”.O game é um RPG japonês clássico com batalhas por turno, mas que se destacou por aproveitar o poder de processamento do Playstation 1 ao explorar o design de personagens e ambientação em 3D que hoje parece tosco mas na época impressionava. A trilha sonora também é absurda, com referências de fado e música mediterrânea, recebendo prêmios e reconhecida até hoje.

The Last of Us Part 2 - Naughty Dog, 2020
Há quem ame, há quem odeie, o que importa é que a segunda parte da história de Ellie e Joel em um mundo pós apocalíptico é considerada uma obra de arte de narrativa em jogos. Não quero dar spoilers, já que a série baseada no game está em exibição pela HBO, o que só reforça o sucesso da franquia, mas vingança e traumas são a base da história que te coloca pra atirar em um monte de zumbi no meio do caminho pra aliviar um pouco da tensão. O título recebeu o prêmio de Jogo do Ano e apesar do foco em história, tem gameplay, atuações, design de personagens, direção de arte e trilha sonoras muito bem feitos. Vale a pena jogar, ou ao menos assistir a série.

Fallout New Vegas - Bethesda, 2010
Outra franquia que também foi adaptada para as telas é Fallout, e o melhor segundo Eric é New Vegas, quarto lançado na ordem de lançamento. O jogo mantém o tema pós apocalíptico, dessa vez causado por uma guerra nuclear, onde você se envolve num contexto de disputa entre facções pelo controle da região. Política é um tema muito presente na série, e a história vai se desenrolando a partir da exploração do mundo aberto. Aliás, a ambientação é naquele visual retrofuturista meio steam-cyber-atompunk pós fim de mundo.

Tony Hawk Pro Skater 3 - Actvision, 2001
“Cê sabia que os Tony Hawk tem as notas mais altas no Metacritic?” solta um Eric empolgado. O game, realmente um clássico, marcou uma geração e contribuiu com a amplificação da cultura do skate no mainstream. Eric Koston, Andrew Reynolds e Chad Muska são alguns dos skatistas profissionais jogáveis do game, mas se você quisesse podia desbloquear o Wolverine ou o Kelly Slater. A trilha musical também marcou muito, e até hoje muita gente lembra da abertura com Ace of Spades, ou de andar num corrimão gigante enquanto ouvia Blitzkrieg Bop. Ah! um remake do 3+4 está pra sair, e pra alegria da nação, Rayssa Leal será uma personagem jogável.

Deus EX - Eidos Interactive, 2000
Mais um jogo, ou melhor, série que mostra a paixão de Eric pela estética distopia, Cyberpunk, futurista é Deus Ex. O primeiro game foi lançado em 2000 para PC e se passa em um futuro de muita desigualdade, com uma pandemia letal onde só os mais ricos têm acesso à vacina. Parece que política também é um tema que o Eric curte. No jogo você é um agente modificado geneticamente que trabalha pro governo mas começa a descobrir conspirações envolvendo a ONU e facções terroristas que afirmam atuar em prol dos menos favorecidos. Esse é pra quem curte FPS com um estilo meio Matrix das ideias.

Claire Obscure: Expedition 33 - Kepler Interactive, 2025
Lançado mês passado, esse é o jogo que Eric abre sempre que liga o PS5. “Esse jogo é de uma desenvolvedora francesa, então é diferente dos jogos do Japão ou dos Estados Unidos. É mais dramático, tá ligado? A música, os personagens, tudo é bem dramático”. O game, que se passa num mundo fantástico inspirado na Belle Epoque, é um RPG com ênfase em história onde você controla membros de uma expedição que vai ao encontro de um ser místico chamado “Pintora”, que tem o poder de matar as pessoas com a idade cujo número ela desenha no céu. Parece viagem, mas o jogo tem recebido muitas críticas positivas, principalmente pelo baixo custo de produção e equipe reduzida.
“Eram sete? Tem mais um então, menção honrosa:”

Baldur's Gate III - Larian Studios, 2023
Não é só mais um RPG, mas o game definitivo do gênero, segundo os fãs. Conhecido por ser extremamente viciante, é baseado no sistema de RPG de mesa Dungeons & Dragons e reproduz com fidelidade as infinitas possibilidades que esse tipo de jogo tem, já que cada escolha e decisão tomadas influenciam na história e, consequentemente, no final do seu personagem. Vencedor do Jogo do Ano, mais do que menção honrosa, BG 3 é obrigatório pros nerds do gênero que começou no tabuleiro e foi pras telas de forma digital.