7 exposições pra visitar neste fim de ano

Algumas indicações pra salvar seus finais de semana neste fim de 2025

7 exposições pra visitar neste fim de ano

Aqui na ISMO estamos começando a tomar gosto por montar listas. Já foram algumas com documentários, uma para trilhas sonoras de skate, e agora quero ajudar a salvar seu final de semana, seja esse ou os próximos. A ideia é indicar algumas exposições que estão rolando pelo Brasil, para você que estiver em alguma dessas cidades, sair de casa e consumir um pouco de arte.

Claro, o recorte aqui é pequeno e, infelizmente, não peguei uma exposição para cada cidade ou capital do país. Mas tentei não olhar só para São Paulo e trouxe alguns trabalhos que talvez não estejam no radar de todo mundo. Então, se você mora, está visitando, ou vai visitar alguma das cidades listadas aqui, fica a dica para aquele passeio em família, date ou rolê cultural com os amigos, afinal, consumir arte é bom e todo mundo gosta. Ou ao menos deveria. 

FUNK: Um grito de ousadia e liberdade | Museu da Língua Portuguesa (São Paulo - SP)

Vamos começar com uma fresquinha, que acabou de sair do forno, e desembarca hoje em São Paulo. Funk: Um grito de ousadia e liberdade é uma exposição concebida pelo Museu de Arte do Rio (MAR), onde ficou um ano e meio em cartaz encantando o público e a crítica. De lá, pegou um avião, foi para Paris, e agora de volta chega ao Museu da Língua Portuguesa com o objetivo de nos fazer refletir sobre o papel do funk na construção de repertórios linguísticos, artísticos, culturais e, porque não, afetivos.

A curadoria é assinada por Taísa Machado, Dom Filó, Amanda Bonan, Marcelo Campos e Renata Prado e, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, assim como o próprio gênero que aborda, nesta edição a estética paulista é protagonista, afinal, o ritmo nasceu nos morros cariocas mas em São Paulo ganhou outro tempero. 

Por muitos anos, e até hoje, criticado e estigmatizado, a exposição tem como objetivo promover um debate não só em relação ao som, mas os desdobramentos estéticos, políticos e econômicos construídos por décadas. E em época de CPI dos Pancadões, com a qual pretendem criminalizar o funk, enxergar a cultura pela ótica da arte muda tudo.

Serviço:
Estação da Luz Praça da Luz, s/nº Centro, São Paulo - SP  Funcionamento: de terça a domingo, das 9:00 às 16:30, com permanência até as 18:00

Trabalho de Carnaval | Pina Contemporânea (São Paulo - SP)

Ainda em São Paulo, a gente sai do funk e cai no samba, gêneros com raízes e histórias muito similares, separados por décadas. A última exposição de 2025 da Pinacoteca é Trabalho de Carnaval, uma coletiva com mais de 200 obras de 70 artistas diferentes como Alberto Pitta, Bajado, Bárbara Wagner, Ilu Obá de Min, Heitor dos Prazeres, Juarez Paraíso, Lita Cerqueira, Maria Apparecida Urbano, Rafa Bqueer e Rosa Magalhães. Juntos, os trabalhos nos ajudam a ter uma dimensão da maior festa do mundo, sua beleza e contradições.

Por lá estão pinturas, adereços, documentos históricos, fotos e vídeos que nos ajudam a entender a cadeia produtiva do Carnaval, o sentido coletivo que ele traz, e também a precariedade a que muitos dos envolvidos estão sujeitos. 

A exposição se divide em quatro temas principais: Fantasia, uma brincadeira com o ato de se fantasiar, mas também com o sonho e a imaginação promovida pela festa; Trabalho, que fala sobre as condições e a representatividade dos profissionais que fazem o show acontecer; Cidade, para abordar os blocos, cordões e outras formas de cortejo; e por fim, Poder, que celebra o símbolo dos reis momos, das rainhas do maracatu, e outros grupos que, por um par de dias, se tornam quase divindades. Pra quem gosta de samba, ou seja, bons sujeitos, é imperdível.

Serviço:
Avenida Tiradentes, 273, Luz, São Paulo — SP.
Funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h.

Ocupação Eduardo Coutinho | IMS (Poços de Caldas - MG)

Agora é a vez dos mineiros terem a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida e obra de Eduardo Coutinho, um dos, se não o maior documentarista brasileiro. O homem responsável por obras-primas do cinema como Cabra Marcado para Morrer (1984), Edifício Master (2002) e Jogo de cena (2007), era conhecido pela capacidade de brincar com o real, a ficção e a representação do real, criando uma teoria própria do cinema e hoje lembrado como um dos grandes realizadores e pensadores da sétima arte. 

A exposição, que em 2019 e 2020 passou por São Paulo e Rio, respectivamente, chega ao Instituto Moreira Salles de Poços de Caldas e possibilita ao público imergir no universo do cineasta. Por meio de documentos, entrevistas, materiais originários do seu processo criativo, cortes de filmes e depoimentos, é possível conhecer a figura de Eduardo com mais detalhes, e entender sua relação com outras artes e manifestações culturais como o teatro, a religiosidade, e a memória. O papo aqui no final é quase sempre o mesmo, se está ou estará em Poços de Caldas até 8 de fevereiro de 2026, vai no IMS.

Serviço:
Rua Teresópolis, 90 - Poços de Caldas/MG
Funcionamento: de terça a sexta das 13h às 19h. Sábado, domingo e feriados das 9h às 19h.

Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira | Casa do Governador (Vila Velha - ES)

Essa é mais uma que rodou várias outras cidades do país, até pra fora já foi, e agora retorna para casa e encontra lugar na Galeria Gabinete, no Parque Cultural Casa do Governador, em Vila Velha. O recorte da exposição que teve a primeira edição em 2010, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, agora é curada por Iatã Cannabrava e reúne 43 obras de 14 fotógrafos diferentes, com foco na importância que tiveram no Movimento Modernista e, por sua vez, o impacto cultural e histórico que gerou.

Estamos falando de nomes como Eduardo Salvatore, Gaspar Gasparian, Geraldo de Barros, German Lorca, Osmar Peçanha, entre outros que, atentos ao mundo e as transformações que ocorriam, se alimentaram de muitas referências para criar uma nova fotografia brasileira. O legal é que todos os artistas presentes na exposição passaram pelo Foto Cine Clube Bandeirante, criado em 1939, e formado por fotógrafos profissionais e amadores que, por não terem obrigações comerciais dentro do espaço, podiam experimentar com liberdade e quebrar algumas “regras” da fotografia. Então é uma galera que fotografava tentando criar imagens próximas das vanguardas europeias, abstratas e surreais. 

Serviço:
R. Santa Luzia, s/n - Praia da Costa, Vila Velha  
Funcionamento: de terça-feira a sábado, das 08h às 17h (com última entrada às 16h) | Domingos e feriados, das 08h às 15h (com última entrada às 14h)

Sonhos de Cinema | Museu Oscar Niemeyer (Curitiba - PR)

A primeira exposição inédita da lista é para a piazada que gosta de cinema e de artes gráficas. Com curadoria de Jean-François Couvreur e curadoria-adjunta de Jhon Voese, a mostra reúne 75 cartazes de filmes das décadas de 1960 e 1970, criados por artistas cubanos. No período, Cuba importou muitos filmes ocidentais, principalmente europeus, e os artistas responsáveis pelos pôsteres tinham total liberdade criativa para transportar a atmosfera das obras em peças gráficas.

Os objetos exibidos são originais, alguns autografadas pelos autores, e mostram diferentes técnicas, sendo a serigrafia a mais comum do período, criando uma identidade visual muito própria para os filmes. Sejam fãs de design, cinéfilos, ou só alguém que curte visitar museus, a exposição extrapola os limites de cada uma das respectivas artes e agrada geral.

Serviço:
R. Mal. Hermes, 999 - Centro Cívico, Curitiba
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 18h

Noites de Sol | Oficina Francisco Brennand (Recife - PE)

Agora a gente sobe para o Recife e conhece a exposição Noites de Sol, que conecta a poesia de Deborah Brennand, com a arte contemporânea de amorí, pintora e esculturista também pernambucana. O título da exposição vem do livro Noites de Sol ou As Viagens do Sonho (1966) e se propõe a reapresentar a obra de Deborah, que faleceu em 2015. 

Os temais centrais da poesia de Deborah e da exposição com obras de amorí são a luz, o tempo e o sonho, e aí, para quem gosta de viajar é um prato cheio, já que são artistas de gerações e linguagens muito distantes, mas que se conectam conceitualmente e até historicamente, já que ambas vieram da Zona da Mata Pernambucana e compartilham, mesmo que em momentos históricos diferentes, de um imaginário rural. E o homem que dá nome ao espaço, Francisco Brennand também tem sua parcela de participação por meio do desenho O Sonho (1950), que se conecta com a poesia de sua esposa, Deborah.

Serviço:
Propriedade Santos Cosme e Damião - R. Diogo de Vasconcelos, S/N, Várzea, Recife - PEFuncionamento: de terça a domingo, das 9h às 17h

Sebastião Salgado - Amazônia | Museu das Amazônias (Belém - PA)

Pra fechar, em clima de COP30, o recém inaugurado Museu das Amazônias já começou os trabalhos bem na fita, e está com a exposição Amazonia, de Sebastião Salgado. Apesar do tema, é a primeira vez que a mostra vai ao Norte do país, depois de ter passado por Paris, Roma, Londres, São Paulo e Rio de Janeiro. O renomado fotógrafo, que faleceu em Maio deste ano, era conhecido pelo forte apelo político de seus registros, por meio dos quais denunciava as condições humana e socioambiental.

Por lá estão cerca de 200 fotos, todas em preto e branco, capturadas dentro de um período de sete anos, que mostram o ambiente, mas também o povo que por lá mora. É um mergulho no coração da Amazônia, e a expografia é imersiva mesmo, com som ambiente e tudo. A sensação é de estar dentro da floresta. Em tempos de COP30, nada mais justo que incluir uma exposição que fala tanto sobre preservação, biodiversidade e outras pautas ecológicas e sociais.

Serviço:
Av. Mal. Hermes, 14 - Reduto, Belém - PA.
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 20h


A dica está dada, chama mais gente, vá a alguma das exposições e, mesmo que não esteja em nenhuma das cidades aqui citadas, se puder, dê uma olhada no que está rolando na sua região. Ah! Se for viajar, já inclui no roteiro porque a maioria das exposições aqui ficam por um bom tempo em cartaz.


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