5X5 de 2025 por Gustavo Felipe
5 categorias, 5 escolhas: as listas de fim de ano dos colaboradores da ISMO
Tenho grande dificuldade em fazer listas, começando em nem sempre lembrar tudo que consumo e finalizo na confusão de criar sublistas pra encaixar tudo que eu gosto e não deixar nada de fora. Como um profissional que lida reinterpretando tudo que vejo, escuto e leio, acredito que só construímos repertório generoso vivendo no offline e consolidamos melhor quando continuamos longe das telas pretas, o que é quase impossível nos dias de hoje. Também por conta disso, fiz questão de colocar livros, alguns pra poder pensar o design além das telas e trends rasas, outros pra gente seguir acreditando que a vida presta, mas não é fácil.
5 discos de 2025
Começo com a lista mais difícil. Escuto música quase o tempo todo, que ao longo do dia vai de Thrash Metal ao Jazz Fusion, passando por algum pop dos anos 80, fruto de memória afetiva. Mas esta lista se torna especial, para além das obras, sobre algo que nos últimos dois anos ficou presente. O retorno do que nunca foi embora: a criatividade do rap. Ver tantos artistas que estavam há algum tempo sem álbuns inéditos, ou mesmo já não estando presente entre nós, entregando obras, que pra mim já nasceram clássicas, é muito satisfatório.
Cabin In The Sky
- De La Soul
Infinite
- Mobb Deep
Emicida Racional VL 2 – Mesmas Cores & Mesmos Valores
- Emicida
BUNMI
- Stefanie
Rock Doido
- Gaby Amarantos

5 filmes de 2025
2025 entra pra lista do ano que menos vi filmes, sendo que boa parte dos que vi, são filmes pra “hominho” dos anos 80 e 90. Tudo explode e eu não penso em nada. Na minha lista, ficam filmes que me tocaram pelas imagens, histórias e, principalmente, pelas reviravoltas.
Pecadores
- Ryan Coogler
Opus
- Mark Anthony Green
O Brutalista
- Brady Corbet
Eddington
- Ari Aster
Código Negro
- Steven Soderbergh

5 exposições
Como designer, desenhista preguiçoso e entusiasta da fotografia, fica a minha dica de exposições que, no mínimo, devem ser visitadas mais de uma vez ou sem nenhuma pressa. O ano está no fim, mas todas elas ficam até 2026, então vale se programar pra visitar.
Gordon Parks, A América sou eu - IMS Paulista
Trabalho de Carnaval - Pina Contemporânea
Joaquín Torres García – 150 anos
CCBB - São Paulo
FUNK: Um grito de ousadia e liberdade - Museu da Língua Portuguesa
Imaginação radical: 100 anos de Frantz Fanon - Museu das Favelas

5 livros que todo designer deveria ter lido
Em tempos de modernidades líquidas, temas tratados na velocidade da luz, profundidade de pires e tendências etéreas das redes sociais, acredito que ter objetos que sobrevivam a um apagar de luzes ou mesmo do fim de uma empresa, faz mais sentido para não ficarmos refém da boa vontade do mercado ou inclinações políticas. Na minha lista, apesar de falar para designers, não se limita à profissão em si. Filosofia, sociologia, antropologia e outros assuntos, usam o design como meio, mas bem longe de um fim.
Designing Programmes - Karl Gerstner
Design como atitude - Alice Rawsthorn
O mundo Codificado - Vilém Flusser
Design como arte - Bruno Munari
Design no Patriarcado - Cheryl Buckley

5 livros que te salvam
de derreter o cérebro
Durante a pandemia eu perdi totalmente o hábito de ler, com grande dificuldade de me aprofundar nas histórias e acumulando uma pilha enorme de livros não lidos. Este ano aparentemente voltei ao meu modo normal de leitura e destaco alguns que li e reli. Do Afrofuturismo do Ale Santos ao cinemático Parque Modelo do Peu Araújo, fique muito feliz de terminar o ano lendo muitos autores brasileiros com literatura própria e inventiva.
O último ancestral: Uma distopia brasileira - Ale Santos
Parque modelo - Peu Araújo
Um pequeno demônio
na América - Hanif Abdurraqib
Um Exu em Nova York
- Cidinha da Silva
Homens pretos
(não) choram
- Stefano Volp

Confira as listas dos outros colaboradores da ISMO desse fim de 2025:
Entre repetição e descoberta por Thaiz Alvarenga
Efemeridades concretas por Teodoro Buendia
Manual para tempos distópicos por Tiago M. de Almeida
Pequeno arquivo do agora por Rayllon Mendes
Peso, arte e suor por Filipe Maia